SAÚDE
Alzheimer: campanha Fevereiro Roxo alerta para prevenção e identificação dos sintomas ainda em fase inicial
Hospital de Saúde Mental presta assistência a pessoas com o diagnóstico encaminhadas de postos de saúde ou de Centros de Atenção Psicossocial
O Alzheimer é uma das doenças lembradas na campanha Fevereiro Roxo, cujo objetivo é reforçar a importância do acolhimento de pacientes com o transtorno neurodegenerativo progressivo. O distúrbio é incurável e se caracteriza pelo declínio da capacidade cognitiva, principalmente pela perda de memória, afetando não só a pessoa acometida, mas toda a família.
O Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), promove uma linha de cuidado a pacientes com Alzheimer encaminhados de postos de saúde ou de Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Por meio do Ambulatório de Psicogeriatria, o equipamento oferece assistência especializada para demências.
São recebidas, na unidade, pessoas com idade a partir de 60 anos e diagnosticadas com o transtorno e outras doenças que afetam funções cognitivas, além de depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Os casos mais comuns são de Alzheimer, representando de 50% a 70% dos atendimentos.
A cada três meses, a costureira Maria das Dores da Silva, de 56 anos, acompanha o pai nas consultas, o aposentado Vicente Barros da Silva, de 89. O diagnóstico foi confirmado em outubro de 2022 pela equipe de profissionais do HSM. “Desde então, ele vem fazendo tratamento para não piorar os sintomas, além de receber a medicação e a orientação apropriadas para o caso dele. Hoje, meu pai está melhor, alimenta-se e dormindo bem”, avalia a filha.
No estágio inicial da doença, afirma o psiquiatra Alexandre Lima, ocorre um enfraquecimento da memória, podendo haver alterações comportamentais. Com o tempo, a pessoa perde a capacidade de planejamento, influenciando na execução de atividades diárias. “Na fase mais aguda, o paciente já não consegue mais se alimentar ou tomar banho sozinho, e precisa de ajuda para higienização e para outras tarefas do cotidiano”.
Na esperança de retardar o avanço do Alzheimer no pai, o militar Alexandre da Silva, de 40 anos, levou José Modesto da Silva, de 79, para uma consulta no ambulatório. “É a primeira vez que estamos aqui. Acredito que será possível controlar os sintomas com a orientação dos médicos especialistas e com as medicações indicadas. Já estamos mais seguros e confiantes para seguir com o tratamento”, diz o filho.
Prevenção
De acordo com a coordenadora do Ambulatório de Psicogeriatria do HSM, Lorena Feijó, há fatores de risco que implicam no surgimento do Alzheimer, como a genética e a idade. Mas existem algumas formas de prevenir ou atrasar os sintomas da doença. “É importante adotar hábitos como alimentação saudável, prática de exercícios físicos e de estímulos cognitivos, além de controle de doenças clínicas como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, alcoolismo e obesidade”, indica.
Sintomas
A psiquiatra orienta que, ao observar perda de memória, desorientação, dificuldades na linguagem e em reconhecer pessoas e lugares, por exemplo, seja feita uma consulta com um profissional especializado para confirmar o diagnóstico. É preciso ter atenção, ainda, com alterações na personalidade e com o comprometimento na realização de atividades antes feitas sem dificuldades.
Apesar de não ter cura, a assistência médica ajuda a desacelerar a doença. “O tratamento feito no ambulatório do HSM consiste no acompanhamento regular do uso das medicações disponíveis no SUS [Sistema Único de Saúde], entregues pelo próprio hospital”, pontua Feijó.
Se alguém da família identificar sintomas de Alzheimer em parentes, a recomendação é levar a pessoa a um atendimento médico para que o diagnóstico e a indicação de tratamento sejam feitos corretamente.
Milena Fernandes - Ascom HSM - Texto
Brauliana Barbosa - Arte Gráfica